Muita gente perdoa, no entanto, não compreende, e
muita gente compreende, todavia, não perdoa.
Muitos companheiros se alheiam as
ofensas recebidas, procurando esquecê-las, mas querem distância daqueles que as
formulam, sem lhes entender as dificuldades, e outros muitos compreendem aqueles
que os molestam, entretanto, não lhes desculpam os gestos menos
felizes.
Perdoar e compreender, porém, são
complementos do amor e impositivos do aceitar os nossos companheiros da
Humanidade, tais quais são.
Reflitamos nisso, reconhecendo que o
entendimento e a tolerância que os outros solicitam de nós são a tolerância e o
entendimento de que nós todos necessitamos deles.
É possível que nos haja ferido e
igualmente provável tenhamos ferido a outrem. Alguém terá errado contra nós e
teremos decerto errado contra alguém.
Pondera isso e compadece-te de todos
os ofensores.
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Quem te prejudica talvez age sob a
ação compulsiva da necessidade; quem te menospreza, possivelmente sofre a
influência de transitórios enganos; aquele que te esquece com aparente descaso
estará enfermo da memória, e aquele outro ainda que te golpeia evidentemente
procede sob a hipnose da obsessão.
+*+
Nunca te revoltes, nem
desanimes.
Faze o bem, olvidando o
mal.
Desculpemos quaisquer faltas,
compreendendo os autores delas, e compreendamos os nossos irmãos em falta,
desculpando a todos eles.
Todos somos filhos de Deus e
espíritos eternos, em burilamento incompleto.
O amparo espiritual que doemos
agora, a favor de alguém, será o amparo espiritual de que precisaremos todos da
parte de outro alguém.
Quando Jesus nos adverte: “perdoa
setenta vezes sete vezes a teu irmão”, claramente espera venhamos a compreender
outras tantas.
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